O manejo eficiente da água na produção agrícola vai de encontro ao conceito de sustentabilidade, mas, acima de tudo, está associado à eficiência. Diante disso, os sistemas de gotejamento têm se tornado a solução precisa para efetivação desse conceito. Na edição deste sábado (15) do podcast “Da Central para o Campo”, os representantes da Netafim, Maxwell Soares e Woton Azevedo debateram o tema “A importância da uniformidade da irrigação para altas produtividades”.
“A água vai exatamente no sistema radicular da planta, em outras palavras, na boca da planta, na raiz dela”, destacou Maxwell. De acordo com o especialista, o sistema de gotejamento ainda contribui para a fitossanidade da área cultivada e evita a proliferação de ervas daninhas. “Não haverá irrigação onde não tiver sistema radicular. Então, há até o controle de plantas daninhas e também de doenças, no caso de fungos e bactérias, porque a unidade é bem menor do que outras áreas onde estão instalados outros sistemas de irrigação”.
Na oportunidade, eles também detalharam a atuação da empresa israelense que criou a tecnologia de gotejamento entre as décadas de 50 e 60. “A Netafim é uma empresa especializada em irrigação localizada com tecnologias desde o conector até a parte de digital farm, que é o controle da irrigação e da fertirrigação”.
Woton Azevedo esclareceu que há um gotejo para cada tipo de cultura. “Na irrigação, a gente classifica esse sistema de gotejo como parede grossa, que são os gotejos usados para as culturas de perenes como a uva e a manga; paredes médias, para culturas que não têm um ciclo tão longo; e as fitas, que nós classificamos como um produto praticamente descartável, usado em culturas de ciclo rápido, como a melancia, o melão, ou em algumas regiões, como em Irecê – onde a gente atua junto com a Central – em que a composição química da água tem muito carbonato, que é uma substância que entope naturalmente o gotejo Então, a cada safra é necessário renovar”, explicou.
O representante técnico de vendas relembrou ainda os tipos de irrigação aplicados nos perímetros irrigados do Vale do São Francisco e as desvantagens de cada sistema. No que se classifica como “convencional”, a irrigação por sulcos promovia a inundação de algumas áreas, o que trouxe como desvantagem a lavagem do solo, resultando na salinização da área. A irrigação por aspersão, já citada anteriormente, também causa o desperdício de água.
Com a técnica de gotejamento, surgiu a irrigação de precisão. “A Netafim veio, há mais de 50 anos, desenvolvendo a irrigação de precisão, onde trabalhamos com os gotejos. Então, o gotejamento é uma evolução dessa irrigação. Deixa de ser uma irrigação convencional e passa a ser uma irrigação localizada, onde você coloca aquilo que a planta precisa, não tem desperdício”.
Fertirrigação
O gotejamento também tornou mais eficaz o processo de fertirrigação. De acordo com Maxwell Soares, o sistema de gotejamento tem um sistema de aplicação superior a 90%. “Ou seja, há uma maior chance de haver a absorção dessa água e desse fertilizante pela planta. Através do sistema de gotejamento, o produtor consegue fazer a aplicação desses fertilizantes. Na Central, ele compra essas ferramentas com qualidade. Também é possível fazer a aplicação de produtos de proteção de cultivo (biológicos) via gotejamento. Então, ele está aplicando através de um sistema que tem uma eficiência alta, economizando tempo e mão de obra”.
Porém, ele esclarece que, para o sucesso desse processo, é necessária a presença de pessoas treinadas. “Uma pessoa qualificada consegue fazer isso de forma automática. Ele vai nos programadores, programa o tempo em que serão injetados esses fertilizantes, que também será lavado depois para ser retirado da mangueira, e não precisa mais ter várias pessoas abrindo e fechando os registros dentro do campo”.
A tecnologia ainda viabiliza o controle e o acompanhamento desses processos. “Há um programador conectado à internet e, na palma da mão, é possível ter acesso aos setores, quando ligou, quando desligou, quando houve a aplicação do fertilizante ou só de água. Portanto, o produtor tem todo o manejo da irrigação e da fertirrigação na palma da mão dele”, ressaltou Soares.