Fim do ano é o momento de alinhamento de perspectivas e estratégias para todos. E isso não é diferente para os produtores de milho da Bahia, por exemplo. Nos últimos dias, foi observada uma antecipação da comercialização da produção de 2022/23 no Mato Grosso. Enquanto isso, as atenções no estado baiano estão voltadas para o monitoramento do cereal que está em campo.
Para o milho, que é a segunda cultura de maior expressão na Bahia, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima produção de 2,3 milhões de toneladas na primeira safra. Volume que, a saber, representa aumento de 11% em relação à temporada 2021/22. O estado da Bahia deve semear 490 mil hectares nesse primeiro ciclo.
“O produtor está munido de ferramentas para agilizar a operação de plantio e manejo do grão aqui na região. Houve um atraso por conta da chuva, mas foi muito pouco e somente alguns produtores plantaram tarde”, conta o produtor rural e especialista em agricultura sustentável Luiz Pradella.
O agricultor fez também uma avaliação do cenário que se configura neste momento, no qual é esperada uma boa produtividade, mas uma certa lentidão na hora da venda e cautela em relação aos preços. De acordo com ele, o preço observado no mercado não está atrativo e há baixa demanda para o produto agora, o que já era esperado por conta do fim de ano.
“O mercado do milho na Bahia acaba sendo mais complicado pela dificuldade do acesso aos navios para exportação. Acaba sendo uma cultura de baixa liquidez”, afirma Pradella.
Produção de milho no Matopiba
Região agrícola que pega áreas de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, o Matopiba deve contar com a produção total de grãos na casa das 40,2 milhões de toneladas nos próximos dez anos, conforme mostrou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no estudo “Projeções do Agronegócio”. E esse volume deverá ter forte participação do milho.