Brasil inicia primeiro curso de certificação de frutas para auditores agropecuários

O Brasil deu mais um passo para ampliar a exportação de frutas e vegetais frescos. Nesta semana, auditores fiscais federais agropecuários foram capacitados para atuar como inspetores de qualidade da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Após quase sete anos de negociações e ajustes na legislação interna, o Brasil está apto a emitir o certificado internacional de qualidade frutas e hortaliças exigidas pelos países membros da organização.

“Essa classificação da OCDE busca um padrão internacional, então qualifica o Brasil, que tem frutas e vegetais de excelente qualidade. A gente colocar ele em um padrão internacional, num padrão reconhecido de qualidade e segurança desses produtos para que a gente possa acessar esses novos mercados com esse documento reconhecido pela OCDE”, declarou Glauco Bertoldo, diretor de inspeção de produtos de origem vegetal do MAPA.

De acordo com o gerente técnico da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados, Jorge Souza, as diferenças entre a classificação já feita no Brasil e a exigida pela OCDE são muito sutis e dizem respeito, principalmente, à qualidade.

“Ela tem o objetivo de informar para o consumidor se aquela fruta é uma fruta extra, que é uma fruta ‘perfeita’; se ela é uma categoria S1, que é uma fruta de excelente aspecto, com alguns pequenos defeitos, que muitas vezes são até imperceptíveis para o consumidor; ou se ela é uma categoria 02, onde esses defeitos são um pouco mais pronunciados. Então, consequentemente, você vai ter um impacto no preço ou se até aquela fruta está fora de qualquer classificação e, aí sim, não poderia ser comercializada”, explicou Souza.

CURSO

Com apoio do sindicato dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) e realização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o curso contou com 44 vagas para auditores fiscais federais agropecuários (affas) que trabalham em unidades de vigilância agropecuária internacional (Vigiagro) e parceiros indicados por entidades do setor produtivo.

Nas aulas, os participantes puderam observar defeitos em frutas e saber o que é aceitável ou não pelo mercado externo. Dados divulgados pela Abrafruta revelam que o Brasil faturou o equivalente a um bilhão de dólares em 2021 com a exportação de frutas. Destaque para a manga, com mais de 270 mil toneladas exportadas, e a maçã, com aumento do volume exportado de 58% em relação a 2020. Mas, na avaliação do diretor do ministério da agricultura, Glauco Bertoldo, o País tem potencial para faturar muito mais.

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