Adjuvante agrícola: saiba o que é e qual a sua importância na lavoura

Uma ferramenta capaz de potencializar a eficiência dos produtos usados para pulverização das lavouras, sem interferir na sua composição. Esses são os adjuvantes agrícolas. Através deles, é possível aumentar ou garantir a eficiência de outros compostos ativos, como os herbicidas, fungicidas, inseticidas, fertilizantes, ou facilitar a aplicação deles por meio da modificação de características da calda.

Segundo o engenheiro agrônomo e especialista em tecnologia de aplicação, Júnior Gouveia, trata-se de uma estratégia importante no processo de pulverização. “Para quem trabalha com tecnologia de aplicação e para quem trabalha com controle fitossanitário em geral, ou não só com controle fitossanitário, mas todos os tipos de aplicações, sejam eles produtos nutricionais, produtos químicos em geral, o uso de adjuvantes torna-se uma ferramenta fundamental.” 

Quando misturados às caldas, os adjuvantes otimizam o uso das substâncias que têm as características desejadas. Isso coloca os adjuvantes na lista de produtos que geram economia para o agricultor. “Para o produtor que não tem tanto contato com esse tipo de ferramenta, é um produto que a gente coloca na calda fitossanitária, na sua calda de pulverização, para melhorar algum ponto. Seja ele um adesivo, um espalhante, um umectante, um redutor do potencial risco de deriva, um redutor de evaporação, enfim. Acho que deveria estar na cabeça do produtor o espalhamento, fazer com que a calda se espalhe no alvo. Eu preciso entender quais são as funcionalidades de cada adjuvante, dessas excelentes ferramentas, para, assim, ajustar a máquina”, destaca Gouveia.  

Diante disso, o engenheiro agrônomo reforça a escolha por produtos de qualidade. “Escolher bem e ajustar a dose dessa ferramenta dentro dessa calda fitossanitária. Então, o meu conselho é: usem bons adjuvantes. Nem sempre a gente economizar, nem sem a gente buscar só viabilidade econômica no preço do adjuvante vai nos trazer um resultado que a gente quer. É preciso posicionar bem, usar essas excelentes ferramentas a nosso favor e colher os frutos, literalmente, do bom trabalho de pulverização realizado junto com essas ferramentas que tem no mercado”. 

Tipos de adjuvantes

De acordo com o especialista, existem basicamente dois grandes grupos de adjuvantes: os ativadores e os utilitários.

“Os adjuvantes ativadores são aqueles que, para ter sua função plena, precisam ter cuidado com a planta. Por exemplo, no espalhamento, ele quebra a tensão superficial da água fazendo com que a gota se espalhe na folha, a penetrabilidade, que é a adesão da gota à folha, por exemplo. Esse é um grupo”, listou. 

“No outro, estão os utilitários, que são produtos que, adicionados à calda de pulverização, vão trazer algumas melhorias, como o redutor de evaporação. A gente está no Sertão de Pernambuco, Sertão da Bahia, no Vale do São Francisco, onde temos temperaturas, na maior parte do ano, altíssimas e umidade relativa do ar baixíssima. Então, a gota é um volume de água e aí o adjuvante vai trazer para esta gota um ponto diferente de evaporação, fazendo com que ela se perca menos para a atmosfera, para o ambiente, assegurando uma maior eficiência no alvo”, complementa. 

Outro utilitário de muita importância, diante das condições climáticas da nossa região, são os redutores de deriva. “Deriva é tudo aquilo que não atinge o alvo, que eu planejei que fosse atingir e o que não atinjo é a deriva. Por isso, existem redutores do percentual de risco de deriva, redutores de evaporação e redutores de espuma. Porque algumas caldas em mistura de produtos com água, com a agitação, se for excessiva, principalmente, formam bastante espuma e aí é necessário reduzir essa espuma, porque espuma, se transbordar do tanque de pulverização ou da bomba costal, aquilo que está saindo é uma fração do produto que você posicionou para ser aplicado na área. Então, existem várias ferramentas e o produtor deve procurar o seu consultor. Eu estou à disposição para quaisquer informações nas dúvidas que eles possam ter, para fazer com que eles posicionem melhor os adjuvantes e façam melhores aplicações”, aconselhou.

 Por isso, é importante reforçar: optou pelo uso de adjuvantes, mas ainda não sabe como vai escolher? É fundamental observar que a escolha do adjuvante mais adequado depende de variáveis, como o meio de aplicação, insumo, cultura e clima da região.

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