Não há como contestar: para assegurar a eficiência na aplicação de defensivos é necessário manter a revisão e a calibragem dos equipamentos em dia. A dica foi repassada pelo especialista em tecnologia de aplicação, Júnior Gouveia, durante o episódio mais recente do podcast “Da Central para o Campo” (assista em https://www.youtube.com/@CentraldeAdubosOficial).
“Manter o pulverizador regulado determina 50% do seu sucesso com a pulverização. Eliminar vazamentos e manter os componentes dos pulverizadores sempre em boas condições. É ideal ter um checklist de pulverização. Ou seja, ter os itens sendo checados diariamente ou sempre que for ser usado o pulverizador. Ser observado o comando dele, o manômetro, como está a condição das mangueiras, os bicos, os mangotes de ventilação, as turbinas. Enfim, observar como estão todos os pontos dos pulverizadores dá a segurança de que a regulagem, feita anteriormente, está se mantendo, pelo menos, dentro do padrão de regulagem para os próximos ciclos que você vai aplicar”, destacou.
O cuidado com os bicos pulverizadores também requer atenção redobrada, principalmente, no acompanhamento das vazões. “Todo bico de pulverização tem, para cada pressão, uma determinada vazão. E quando você dimensiona isso em campo, o ideal é que possa acompanhar, pelo menos, semanalmente, se aquela pressão ainda está pulverizando, se está emitindo para aquele bico, aquela vazão. Porque o bico, com o tempo e com o uso, vai se desgastando. Quando ele se desgasta, o orifício de saída do bico fica mais aberto e você tem uma vazão maior e gasta mais sem necessidade. Por isso, seria ideal que o produtor entendesse para nunca deixar essa vazão ultrapassar os 10% do que o catálogo do bico fornece”, aconselhou.
E tal descuido pode ter consequências. “Por exemplo, sendo uma pressão de 10 bar, de um bico MGA da Magnojet, 015, que é o bico verdinho, para uma pressão de 10 bar teria uma vazão de 1,050 l/minuto. Quando esse bico é usado e vai ficando gasto, os mesmos 10 bar de pressão que você colocou vai pulverizar 1,200 l/minutos. Isso é desperdício de produto. E se for em uma uva, corre o risco de gerar uma mancha no cacho porque a vazão está maior, pode ser um dano causado por produto na planta”. Ainda de acordo com Gouveia, para evitar isso o produtor precisa investir na calibragem dos equipamentos. “É preciso calibrar. É preciso, como diz a história, do auxílio do profissional. Eu me coloco à disposição. E vocês podem ter certeza de que esses ajustes trazem resultados sim. Não adianta posicionar o produto e não fazer ele atingir o alvo de forma correta e não conseguir controlar o que está lhe causando perda econômica. Ainda é necessário manter os tratos culturais em dias, as áreas limpas, eliminar fontes de inóculos. Parece simples, mas não é. Porém, você consegue passar pelo período chuvoso com menores perdas”.