Enfermidade mais predominante da citricultura, o greening possui presença forte nos pomares do Cinturão Citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro. Medidas imperativas são necessárias para controlar essa doença, cuja incidência aumentou 44,33% entre 2016 e 2022. Existem regiões com contaminação superior a 50%.
Com a visão de que a situação exige mais esforço dos citricultores para o controle ser mais eficaz, Juliano Ayres, gerente-geral do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), reforçou que há existência de regiões onde a incidência já era alta em anos anteriores, mas o greening avançou com velocidade a níveis ainda preocupantes, acima de 50%.
“Ao mesmo tempo, para os resultados obtidos em propriedades de regiões que registraram queda ou estabilização da doença, esses esforços reforçam a confiança de que as medidas de combate ao greening são eficazes, sendo sempre o caminho até conseguirmos chegar a plantas resistentes às doenças”, completou Ayres.
Em 2005, pela primeira vez, a praga foi detectada nos Estados Unidos, mas a partir de então se difundiu pelas lavouras, resultando na queda de produtividade. Assim, o quadro virou de apogeu para declínios na Flórida, que se posicionava como maior produtor norte-americano de citros e um dos principais produtores de laranja do mundo.
De acordo com o pesquisador norte-americano Jim Graham, houve falha no trato sanitário de utilizar, de forma única e exclusiva, o controle do inseto psilídeo, transmissor do greening. A ação consiste também na detecção precoce e eliminação das plantas doentes através de averiguações regulares nos pomares.
No Brasil, variáveis estruturais e conjunturais sopram a favor para incrementar a disseminação da doença. Há muitas regiões com clima favorável e alta densidade de laranjeiras para ampliar a dispersão do psilídeo entre os pomares. E, infelizmente, há dificuldade para coordenar medidas de controle regional diante da numerosa quantidade de pequenas e médias propriedades existentes.
Realizadas com a periodicidade essencial, as pulverizações são importantes nos períodos de brotação e nos pomares adultos. A cobertura das aplicações deve alcançar o topo da copa das árvores adultas e os pomares adensados. A rotação de produtos amplia o leque de outros modos de ação, sem ocasionar a detecção da resistência do inseto a determinados grupos químicos.
A citricultura da Flórida possuía produtividade correspondente ao dobro do alcançado pelo estado de São Paulo em 2005. Cabe, então, a atenção com relação à manutenção dos pomares em condições saudáveis. Como a capacidade destrutiva do greening compete condução severa, o rigor no manejo é extremo.