Europa reduz limites máximos de resíduos de neonicotinoides

A Comissão Executiva da União Europeia aprovou a redução dos limites máximos de resíduos dos inseticidas neonicotinoides tiametoxam e clotianidina em produtos agrícolas, sendo o mais baixo que possa ser medido com a mais recente tecnologia disponível. A informação foi divulgada por Décio Luiz Gazzoni, engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja e membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS).

“A justificativa é o impacto adverso desses produtos sobre abelhas, tanto com efeitos subletais, quanto por mortalidade de colônias. Esses produtos já haviam sofrido severas restrições de uso na agricultura da União Europeia e, com a nova decisão, a importação de produtos agrícolas de outros países também será afetada. O que inclui o Brasil. Os novos limites aplicam-se, inicialmente, ao comércio de produtos agrícolas na União Europeia, abrangendo a produção local. Para produtos importados (fibras, alimentos e ração animal), esses limites terão vigência a partir de 2026. O prazo de carência de três anos permitirá que os países que exportam para a Europa adequem suas medidas fitossanitárias à nova legislação europeia”, comenta.

Ele explica que os neonicotinoides estão relacionados à nicotina, assim como os piretroides estão para as piretrinas, buscando características de menor toxicidade e maior estabilidade. “Do ponto de vista toxicológico, o objetivo de seu desenvolvimento foi a obtenção de maior seletividade como agonistas dos receptores nicotínicos da acetilcolina, resultando em toxicidade mais baixa para os mamíferos”, indica. “As restrições que têm sido aplicadas ao uso de neonicotinoides, pela União Europeia, não se restringem ao fato de prejudicar abelhas. Também tem sido considerada a diminuição da produção agrícola e o impacto sobre a vegetação nativa pela redução do serviço ecossistêmico de polinização, posto que as abelhas representam o principal grupo de polinizadores”, conclui.

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