A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária deve crescer de 8% a 8,5% este ano em relação ao ano passado. O número é preliminar, já que a entidade ainda revisará suas estimativas após a divulgação dos resultados de 2022. Inicialmente, a CNA previa de estabilidade a avanço de 2,5% no resultado anual do setor, projeção que foi elevada para crescimento de 9% em fevereiro.
A revisão na estimativa deverá ocorrer em virtude dos dados de 2022 e das perdas já verificadas na safra de verão no Rio Grande do Sul. “Prevemos que devemos ter alteração marginal na estimativa anterior de alta de 9%. O viés é baixista, mesmo que seja marginal, em virtude da retração anual de 1,7% em 2022 e dos prejuízos na safra de verão do Rio Grande do Sul, pela terceira temporada consecutiva”, antecipou o coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon, ao Broadcast Agro.
Apesar das perdas localizadas na safra gaúcha de verão, a produção de soja deverá ser o grande fator que puxará o crescimento do PIB da agropecuária este ano. Conchon explica que isso deve-se, principalmente, à quebra na produção de soja no ano passado, já que a oleaginosa responde por 50% da produção nacional de grãos.
Outro fator que pode influenciar na revisão da estimativa, segundo Conchon, é o comportamento do clima nas próximas semanas, que se refletirá na finalização da colheita das culturas de verão e no plantio do milho safrinha.
A recuperação no PIB da agropecuária deve começar a ser observada já no primeiro trimestre deste ano, prevê a CNA. “Em 2022, os prejuízos se estenderam do Rio Grande do Sul para Paraná e Mato Grosso do Sul, enquanto neste ano vemos efeitos negativos somente na safra gaúcha”, explicou o coordenador do Núcleo Econômico da CNA.
Com o crescimento do PIB do agro previsto para o ano, o setor deve representar cerca de 7,6% do PIB nacional do país ao fim do ano, ante 6,8% reportados em 2022.