O Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), divulgou projeções positivas para o agronegócio em 2023 no âmbito nacional. De acordo com o cálculo, o PIB do setor deve avançar 8% neste ano, após o recuo de 2% no ano passado. Porém, em Pernambuco, o cenário pode ser mais difícil, dependendo do fator climático e das produções em alta no estado.
De acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Pernambuco (Faepe), Pio Guerra, todas as previsões estão sempre sujeitas à realidade climática.
“Para este ano, a redução do La Niña esperada pelos meteorologistas deve interferir numa condição chuvosa menos favorável para o Nordeste e mais favorável à produção do Brasil no Semiárido. Talvez, por isso, as expectativas de invernos mais moderados nas regiões produtoras de grãos possibilitem a expectativa de um crescimento de até 8% no PIB agropecuário do país”, afirmou Pio.
A redução do fenômeno climático La Niña pode interferir negativamente para o desempenho do setor no estado. “Já em Pernambuco, que teve um aumento de 8% no PIB agropecuário de 2022, a redução do La Niña este ano, junto com as chuvas excessivas ocorridas na fruticultura do Vale do São Francisco ano passado, pode dificultar um melhor desempenho do setor em 2023”, destacou.
“Ainda de acordo com as projeções do FGV-Ibre, o agronegócio talvez seja o único impulsionador da economia brasileira em 2023. Os resultados positivos são esperados devido ao fraco ano de 2022”, explicam os economistas do Instituto. Porém, a safra deste ano deve ser recorde. A safra de grãos, cereais e leguminosas deve alcançar 293,6 milhões de toneladas em 2023, o que significará uma alta de 11,9% em relação a 2022. Os dados são do prognóstico de produção agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).