A viticultura do Vale do São Francisco tem mais uma vilã: a Glomerella, conhecida como podridão-de-uva-madura. É uma doença que está atacando uvas de mesa e para processamento, trazendo muitos prejuízos para os produtores da nossa região.
“É um problema relativamente recente. O Vale do São Francisco, ano após ano, vem se reinventando no que a gente fala sobre pragas e doenças e vem aparecendo novos alvos que incomodam o produtor. Mais recentemente, foi o caso da Glomerella. Ela tinha o inóculo, mas não tinha o problema. Então, isso ficava em standby e ninguém dava muita atenção. Este ano, no primeiro semestre, tivemos condições ideais e aí, sim, conseguimos ver os sinais, sintomas e danos, todo o potencial de danos que a Glomerella tem para a viticultura”, explicou o engenheiro agrônomo, representante da Syngenta, Benigno França.
Pensando nisso, a Syngenta apresenta soluções eficientes para controle da doença. “Trazemos um produto que junta duas moléculas que têm uma alta eficiência contra a Glomerella. Uma delas é o clorotalonil, que é uma molécula nossa, da Syngenta; e a outra, é o difenoconazol, que é um triazol muito utilizado na fruticultura. E a Syngenta juntou essas duas ferramentas que já têm trabalhos que mostram a sua eficácia contra a Glomerella, num só produto: o Bravonil Top. Então, a gente traz essa ferramenta para o mercado que tem registro para outros alvos. Porém ele mostra um potencial muito bom para inibir os inóculos iniciais da Glomerella, no início do ciclo”, explicou França.
Além da eficácia, o Bravonil Top possui amplo espectro de atuação e, ao mesmo tempo que combate a Glomerella, ele previne a ocorrência do míldio. “A gente tem o clorotalonil, que consegue pegar as quatro principais classes de fungos. Então, usando essa substância vocês estão fazendo um manejo preventivo protetor para o míldio e ao mesmo tempo está também diminuindo o inóculo da Glomerella, já que ocorrem basicamente nas mesmas condições climáticas, tanto o míldio quanto a Glomerella”.
E falando sobre a podridão-de-uva-madura, é importante destacar que o fungo responsável pela doença sobrevive durante o outono e o inverno em restos de poda ou frutos atacados. Na primavera e no verão, com elevada umidade, o fungo produz frutificação abundante para contaminação do parreiral. O excesso de nitrogênio e os ferimentos nas bagas favorecem a infecção e o desenvolvimento da doença. Sendo assim, a infecção pode ocorrer em todos os estágios de desenvolvimento do fruto. No final da floração ou em bagas jovens, o fungo penetra na cutícula e permanece latente até o início da maturação da uva, quando a doença fica visível.
“Por isso, também temos para a Glomerella o Miravis Duo, que lançamos recentemente, temos o Bravonil. O próprio Amistar Top tem um bom efeito sobre a Glomerella e o Score, que é o nosso difenoconazol, amplamente utilizado no Vale, tem um efeito muito positivo sob a Glomerella. Portanto, temos um portfólio bem robusto que utilizado no time certo, principalmente em florada, a gente vai conseguir diminuir o inóculo da Glomerella e diminuir também o potencial dano que ela causa no final do ciclo, que é no cacho já formado em fase de pré-colheita”.
E para assegurar a eficiência e evitar resíduos nas uvas, o trabalho precisa ser preventivo. “Pensando no mercado externo, no caso do Bravonil Top recomendamos a utilização até a saída de flores. Não deve passar disso, em função do clorotalonil não ter o LMR (limites máximos de resíduos) estabelecido na Europa. Por isso, a gente recomenda o uso até a saída de flor, que é um timing muito importante de manejo quando a gente fala em Glomerella. Precisamos fazer esse manejo de base, ou seja, manejo preventivo, lá atrás, para evitar o problema na colheita com a Glomerella”, finaliza Benigno França.