Bioestimulantes aumentam produtividade e resistência da planta

Importante para a produtividade das lavouras, os bioestimulantes são substâncias naturais ou sintéticas ou, ainda, organismos processados, que, quando aplicados, têm o propósito de aumentar sua eficiência nutricional, a tolerância ao estresse e melhorar as características de qualidade ou produtividade da cultura. O assunto foi tema da edição deste sábado (04) do podcast Da Central para o Campo.

“A partir do uso dessa ferramenta, é possível que a planta resista mais ao estresse; que use melhor a água que absorve, e até fazer com que um produto químico seja melhor aproveitado e absorvido. Então, existem várias substâncias que, apesar de não serem nutrientes, ajudam a planta a fazer algum processo metabólico, algum processo químico dentro dela. Então, são produtos que estimulam a planta a produzir ou até superar alguns obstáculos, com melhor aproveitamento das condições ambientais”, explicou Roberto Leão, engenheiro agrônomo com mestrado em Biotecnologia e coordenador técnico da Vallet Grow.

Segundo o especialista, os bioestimulantes propiciam o aproveitamento de todo o potencial da planta, o que proporciona o aumento de produtividade, sem incremento de insumos como adubos e fertilizantes.

“Inicialmente, falávamos em 8 toneladas, até 10 toneladas de uva (por hectare) quando iniciou a produção no Vale do São Francisco. Hoje, nós falamos em 30 toneladas. Mudou a variedade, mudou o gerenciamento, mas, hoje, temos muito mais substâncias, hormônios, fitohormônios, bioestimulantes, chegando a 30 toneladas por hectare, ou até mais que isso, com duas safras por ano, porque usamos substâncias que nos permitem isso”, exaltou.

Além do aumento de produtividade, os bioestimulantes ainda trazem consigo a vantagem de deixar baixos índices ou até não registrar carga residual no fruto após sua aplicação. “Porque, normalmente, são substâncias tiradas de algum ser vivo ou que imitam esses organismos. Podem ser extraídos de uma planta, de um processo com microrganismos ou trazidos de alguma substância que imita hormônios de plantas. Então, são de origem biológica e, por isso, a grande parte deles não tem resíduo porque fazem parte da planta ou de algum organismo vivo”.

Por fim, Roberto Leão ainda apontou a redução no uso de defensivos agrícolas, já que os bioestimulantes tendem a fortalecer a planta, aumentando suas defesas aos ataques de agentes patológicos. “A gente atingiu um certo limite genético onde você, com o agrotóxico, com os defensivos agrícolas e fertilizantes, atinge um certo limite. A genética da planta evoluiu muito e ela é limitada. Sabemos que há um limite de produtividade da uva e não vamos superar isso, mas entre o que ela é capaz de produzir e o que ela produz, influenciada pelos estresses ambientais, as faltas de nutrientes, calor excessivo, a chuva ou a falta dela, esse fatores vão diminuindo o potencial genético da cultura. Com o uso de bioestimulantes, a gente tenta resgatar esse potencial genético fornecendo a mesma quantidade de fertilizantes e usando menos defensivos, e o consumidor final vai ter um produto mais limpo”, defendeu.

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