A última semana marcou o início da colheita de algodão no oeste da Bahia. Estima-se que a região colherá cerca de 592,4 mil toneladas de pluma, em uma área cultivada de aproximadamente 309 mil hectares. Em todo o estado, a previsão é encerrar a colheita com um total de 597 mil toneladas.
De acordo com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), com o auxílio do clima favorável, os produtores do Cerrado baiano esperam obter uma boa qualidade de fibra e confirmar a projeção de produtividade de 1.937 quilos de pluma por hectare, equivalente a 315 arrobas de algodão em capulho por hectare.
A previsão é de que o ápice da colheita seja atingido na região oeste a partir da segunda semana de julho. Já no sudoeste do estado, onde o plantio é realizado mais cedo e é caracterizado pela agricultura familiar, a colheita do algodão teve início no fim de abril.
O oeste da Bahia concentra 97,8% da produção da commodity no estado, enquanto os demais 2,2% são provenientes da região sudoeste. Neste ciclo, as duas regiões somaram 312,5 mil hectares, representando um aumento de 1,16% em relação a 2021/2022.
Desafios enfrentados pelos produtores de algodão
O presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, destaca que, do ponto de vista agronômico, o ciclo da safra pode ser considerado muito bom. No entanto, a remuneração do produtor tem sido um desafio.
Ele ressalta que esta será uma safra com margens de lucro reduzidas, devido aos altos custos de produção.
“Tivemos os maiores custos de produção dos últimos 20 anos, em função dos preços dos fertilizantes, que foram impactados pela guerra na Ucrânia e pelo rescaldo da pandemia, com uma recessão mundial. Adicionalmente, os preços das commodities estão pressionados. O que pode amenizar um pouco essa conjuntura é a produtividade”, afirma Bergamaschi.